segunda-feira, 4 de julho de 2011

Porque subsistem as touradas em Portugal?


Graças ao avanço civilizacional promovido pela corrente iluminista que levou à erradicação na Europa de muitas práticas bárbaras herdadas do período medieval, os portugueses deixaram de realizar touradas em Portugal em 1836. 
Nesse ano, no reinado de D. Maria Pia, as touradas foram proibidas sendo consideradas um crime punível com "seis meses no Limoeiro, duzentos mil reis dos presos das enxovias para de uma vez se desterrar o bárbaro e cruel divertimento, impróprio de uma nação civilizada".
Ao contrário do que dizem os historiadores aficionados não foi a vontade popular que levou à anulação desta proibição. 
Na verdade foi a pressão exercida por um pequeno grupo de fidalgos encabeçado por César de Vasconcellos e que incluía outros nomes como Pina Cabral, Barão de Sabrosa, Barão do Casal, Visconde de Fonte Arcada, Conde de Lumiares, Marquês de Fronteira, que conseguiu revogar a lei concedendo à Casa Pia o monopólio do negócio das Corridas de Touros.
Assim em 21 de Agosto de 1837 era decretado:
“Art.º 1º - As corridas de touros que tiverem lugar em Lisboa, e que não forem gratuitas, somente poderão ser dadas pela Casa Pia da mesma cidade.
Art.º 2º – Em qualquer outra terra do Reino onde o referido espectáculo produzir rendimento liquido, será este aplicado em benefício das Misericórdias, ou de qualquer outro estabelecimento Pio do respectivo concelho.”[1]

A Casa Pia e as Misericórdias conseguiam assim toda a legitimidade para explorar um negócio que se mostraria bastante rentável para estas duas instituições. 
A Casa Pia acabaria por erguer, mais tarde, o Campo Pequeno em Lisboa (praça da qual ainda hoje tira rendimentos) e as Misericórdias construíram dezenas de praças em vários pontos do país, muitas delas se mantêm actualmente na posse daquelas instituições.
(…) foram-se as Cortes de Lamego, as Ordenanças, as Milícias, os Forais, os Dízimos, os Frades, as peças de 7:500, o ouro miúdo, os edifícios históricos, as Ave Marias... enfim foram-se todas as antigualhas dos nossos ginjas, e só nos ficou o divertimento brutal de agarrar á unha, e de pôr as tripas ao sol para sustentar impiamente a Casa-Pia (...)[2]

[1]    Diário do Governo, Sessão de 21 de Agosto de 1837.
[2]    Revista Universal Lisbonense, Lisboa: Imprensa Nacional, 1842.



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Violência extrema nas festas de Benavente





Morreu mulher que foi colhida por touro
A mulher que ficou gravemente ferida, com perfurações no tronco, ao ser colhida por um touro durante as festas de Benavente, faleceu no Hospital de São José, em Lisboa.

Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/morreu-mulher-que-foi-colhida-por-touro

Gertrudes Lima, de 82 anos, foi surpreendida por um touro quando o animal fugiu do grupo de cabrestos e do controlo dos campinos, que o conduziam pelas ruas da vila ribatejana, num percurso de cerca de um quilómetro e numa zona sem protecções. Ao que tudo indica, um homem terá passado pela frente do animal com um capote, ficando o touro sozinho e afastado dos cabrestos.
O touro acabou por investir contra os populares, tendo provocado cinco feridos: quatro foram internados no Hospital Reynaldo dos Santos (Vila Franca de Xira) e já tiveram alta.
O caso mais grave foi o de Gertrudes Lima, que foi assistida no São José. Um dos filhos da octogenária estava muito perto do local onde tudo aconteceu, mas não pôde evitar o pior.
Apesar do seu estado clínico, Gertrudes Lima, que é natural de Benavente, esteve sempre consciente durante o período em que esteve internada na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. José, razão pela qual a família mantinha viva a esperança na sua recuperação. Agora, visivelmente abalada, a família prefere refugiar-se no silêncio e não fazer qualquer declaração sobre o assunto.