quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Estamos em que século afinal?

No dia 22 de Outubro um jovem javali foi lançado na arena da Praça de Touros de Monforte onde foi "lidado" e espetado com bandarilhas. No mesmo evento foram ainda usados touros, cavalos e póneis...
Parece mentira mas aconteceu em Portugal em 2011.




segunda-feira, 4 de julho de 2011

Porque subsistem as touradas em Portugal?


Graças ao avanço civilizacional promovido pela corrente iluminista que levou à erradicação na Europa de muitas práticas bárbaras herdadas do período medieval, os portugueses deixaram de realizar touradas em Portugal em 1836. 
Nesse ano, no reinado de D. Maria Pia, as touradas foram proibidas sendo consideradas um crime punível com "seis meses no Limoeiro, duzentos mil reis dos presos das enxovias para de uma vez se desterrar o bárbaro e cruel divertimento, impróprio de uma nação civilizada".
Ao contrário do que dizem os historiadores aficionados não foi a vontade popular que levou à anulação desta proibição. 
Na verdade foi a pressão exercida por um pequeno grupo de fidalgos encabeçado por César de Vasconcellos e que incluía outros nomes como Pina Cabral, Barão de Sabrosa, Barão do Casal, Visconde de Fonte Arcada, Conde de Lumiares, Marquês de Fronteira, que conseguiu revogar a lei concedendo à Casa Pia o monopólio do negócio das Corridas de Touros.
Assim em 21 de Agosto de 1837 era decretado:
“Art.º 1º - As corridas de touros que tiverem lugar em Lisboa, e que não forem gratuitas, somente poderão ser dadas pela Casa Pia da mesma cidade.
Art.º 2º – Em qualquer outra terra do Reino onde o referido espectáculo produzir rendimento liquido, será este aplicado em benefício das Misericórdias, ou de qualquer outro estabelecimento Pio do respectivo concelho.”[1]

A Casa Pia e as Misericórdias conseguiam assim toda a legitimidade para explorar um negócio que se mostraria bastante rentável para estas duas instituições. 
A Casa Pia acabaria por erguer, mais tarde, o Campo Pequeno em Lisboa (praça da qual ainda hoje tira rendimentos) e as Misericórdias construíram dezenas de praças em vários pontos do país, muitas delas se mantêm actualmente na posse daquelas instituições.
(…) foram-se as Cortes de Lamego, as Ordenanças, as Milícias, os Forais, os Dízimos, os Frades, as peças de 7:500, o ouro miúdo, os edifícios históricos, as Ave Marias... enfim foram-se todas as antigualhas dos nossos ginjas, e só nos ficou o divertimento brutal de agarrar á unha, e de pôr as tripas ao sol para sustentar impiamente a Casa-Pia (...)[2]

[1]    Diário do Governo, Sessão de 21 de Agosto de 1837.
[2]    Revista Universal Lisbonense, Lisboa: Imprensa Nacional, 1842.



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Violência extrema nas festas de Benavente





Morreu mulher que foi colhida por touro
A mulher que ficou gravemente ferida, com perfurações no tronco, ao ser colhida por um touro durante as festas de Benavente, faleceu no Hospital de São José, em Lisboa.

Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/morreu-mulher-que-foi-colhida-por-touro

Gertrudes Lima, de 82 anos, foi surpreendida por um touro quando o animal fugiu do grupo de cabrestos e do controlo dos campinos, que o conduziam pelas ruas da vila ribatejana, num percurso de cerca de um quilómetro e numa zona sem protecções. Ao que tudo indica, um homem terá passado pela frente do animal com um capote, ficando o touro sozinho e afastado dos cabrestos.
O touro acabou por investir contra os populares, tendo provocado cinco feridos: quatro foram internados no Hospital Reynaldo dos Santos (Vila Franca de Xira) e já tiveram alta.
O caso mais grave foi o de Gertrudes Lima, que foi assistida no São José. Um dos filhos da octogenária estava muito perto do local onde tudo aconteceu, mas não pôde evitar o pior.
Apesar do seu estado clínico, Gertrudes Lima, que é natural de Benavente, esteve sempre consciente durante o período em que esteve internada na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de S. José, razão pela qual a família mantinha viva a esperança na sua recuperação. Agora, visivelmente abalada, a família prefere refugiar-se no silêncio e não fazer qualquer declaração sobre o assunto.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Criança violentamente colhida em largada na Azambuja

Como acontece todos os anos, repetiram-se os acidentes violentos que caracterizam as largadas de touros na Feira de Maio da Azambuja.
Este ano não houve mortos a lamentar, houve esta e outras colhidas durante os festejos.

Apesar da gravidade do acidente, a festa prosseguiu normalmente como se nada se tivesse passado e o caso foi (quase) completamente abafado não sendo motivo de notícia em nenhum órgão de comunicação social...


AVISO: O vídeo contém imagens chocantes.



Deixo também aqui um testemunho que me foi enviado de Lisboa, por uma pessoa que foi visitar as largadas à Azambuja:


"Não sou propriamente aficionado mas o vídeo que ontem aqui vi trouxe-me à memória uma experiência que vivi no ano passado quando me desloquei a convite de uns amigos à Azambuja onde assisti às largadas da Feira de Maio.

Durante uma dessas largadas vi um toiro morrer esgotado de cansaço e com inúmeros golpes que sofreu durante a "brincadeira" numa tarde de calor tórrido. Não estava preparado para assistir a uma cena daquela violênia porque sempre tive a ideia que nas largadas o animal não era maltratado.


O pobre animal caíu para o lado numa imensa poça de sangue quando era recolhido pelos campinos que de imediato saltaram para cima dele tentando desesperadamente reanima-lo, pelo que percebi, para que aguentasse vivo até chegar ao matadouro...

Um homem que tentou fotografar a triste cena foi de imediato ameaçado por alguns dos presentes que o impediram de registar o momento sob pena de lhe partirem o telemóvel...  
No meio da enorme tensão e algazarra que se gerou, ao meu lado, uma criança perguntava à mãe se não iam levar o toiro para o hospital... e outra perguntava porque é que lhe estavam a fazer mal... Outras crianças assistiam penduradas nas tranqueiras à lenta agonia do animal cujo cadáver acabaria por ser carregado para o camião. 

Aquilo que deveria ser uma festa onde reina a camaradagem transformou-se de repente para mim num incómodo pesadelo que me deixou bastante abalado e apreensivo... Nunca mais voltei a um evento destes.

Parabéns pelo teu trabalho e por mostrares aquilo que alguns não querem ver!"

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sabias que...?

Os cavalos também entram nas contas das vítimas mortais em consequência da realização das touradas, apesar de não existirem números oficiais que indiquem o número de equídeos vitimados nas arenas.


Em Portugal, onde a prática do toureio a cavalo é mais frequente, há a registar nos últimos anos alguns casos de cavalos que morreram nas praças de touros vítimas de ataques cardíacos.


Em Espanha, depois do afastamento dos nobres das arenas no século XVIII, o uso de cavalos nas corridas de touros foi diminuindo drasticamente, sendo apenas hoje utilizados nas chamadas corridas de rejoneio. Mas no século XIX, apesar de já estar em vigor a referida proibição, ainda morriam mais cavalos do que touros nas arenas espanholas. No período de apenas 13 anos (entre 1832 e 1845) morreram nas praças de touros espanholas 2.257 touros e 2.934 cavalos[1]!


[1] “Revista Universal Lisbonense, Jornal de interesses phisicos, moraes e intellectuaes”, Tomo VI. Anno de 1846 – 1847. Lisboa: 1847 – Pág 191.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sabias que...

O touro, ou toiro como também é designado no meio taurino, vive apenas 1/5 da sua vida, uma vez que estes bovinos, caso não fossem utilizados nas touradas, podiam viver cerca de 20 anos*.


* Os touros são considerados aptos para as touradas aos 3/4 anos de idade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Violência ou Cultura?

Em Samora Correia na Festa Taurina:
(registo de 9 de Maio de 2011)

- 40 touros
- 13 feridos, dois deles em estado grave
- excesso de álcool
- e confrontos entre jovens registados na madrugada de domingo.





Isto é cultura?